Kalil: vacina mineira vai receber verba municipal

A prefeitura de Belo Horizonte vai financiar a vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). O anúncio foi feito nesta quarta-feira (28) pelo prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD). Segundo a reitora da universidade mineira, Sandra Goulart, são necessários R$ 30 milhões para a realização dos próximos testes do imunizante, considerado um dos mais avançados no processo pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A expectativa é que a vacina mineira esteja disponível em 2022.

Em entrevista à TV, Kalil afirmou “a UFMG é investimento, é investimento em ciência. A prefeitura garantiu sim a continuidade de um plano tão importante para a população, porque não sabemos se vamos precisar de mais vacinas no ano que vem, ou 2023, ou 2024. E o desamparo da universidade federal não pode ficar como está”. Ele explicou que será realizado um convênio, no qual Belo Horizonte vai garantir a fase 2 de estudos da vacina.

Segundo Kalil, o município irá financiar R$ 30 milhões em parcelas mensais, conforme a evolução das etapas da pesquisa forem concluídas. “Belo Horizonte é um grande parceiro da UFMG, haja vista que a universidade disponibilizou um super freezer caso as vacinas da Pfizer chegassem à cidade. Então, é motivo de orgulho para Belo Horizonte e Minas Gerais. O convênio está sendo feito e eu não vejo nada mais importante em relação ao custo benefício do que esse estudo da fase 2 da vacina, que está sendo desenvolvido na nossa cidade para todo país”, afirmou Kalil.

Compra de vacina

O prefeito de Belo Horizonte também sancionou a Lei 11.290/21, que prevê que a capital faça parte de um consórcio municipal para a aquisição de vacinas contra a covid-19. Apesar da intenção, Kalil se mostrou cético quanto a compra de qualquer imunizante por parte do município. “Não há vacina para os municípios, não há vacinas para Estados. Procuramos todos os laboratórios, todos, inclusive desta russa, que foi proibida pela Anvisa. Todos (os fabricantes) foram taxativos que negociações só seriam feitas com os governos federais. Claro que eu assinei o protocolo, não quero ficar fora, não sou vidente e não sei o que vai acontecer”, disse Kalil.

Testes

Nas próximas duas semanas, devem sair os primeiros resultados da eficácia da vacina contra a covid desenvolvida pela UFMG contra as principais variantes que circulam pelo país. O imunizante, neste momento, está sendo testado em camundongos, que foram expostos aos vírus que passaram por mutações. “Vacinamos os animais e vamos desafiá-los com as novas variantes. A nossa expectativa é de que vai funcionar contra os diferentes tipos do coronavírus”, afirmou a pesquisadora do Centro de Tecnologia em Vacinas e Diagnóstico da UFMG (CT Vacinas), Ana Paula Fernandes, sobre o Spintec, como o imunizante foi chamado pelos pesquisadores. “Na semana que vem ou na outra já devemos ter uma avaliação dos resultados”.

A intenção dos pesquisadores é verificar se a nova vacina é eficaz frente a variantes como a P1, identificada inicialmente em Manaus, e a P2, que poderia ter origem no Rio de Janeiro. Durante uma live realizada na última semana, a reitora da universidade adiantou que já foi iniciado um diálogo entre pesquisadores da UFMG e da Fundação Ezequiel Dias (Funed) para que, no momento em que o imunizante for aprovado pela Anvisa, possa ser fabricado em Belo Horizonte.