O presidente do PSD Minas Gerais, Alexandre Silveira, tomou posse, nesta quarta-feira (2/2), como Senador da República. A solenidade aconteceu durante a primeira sessão de 2022 do Senado Federal, em Brasília, com a presença do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco; do presidente do PSD, Gilberto Kassab; do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil; ministros de Estado; parlamentares e convidados.
Em seu primeiro discurso na tribuna do Senado, o senador Alexandre Silveira pregou a União e diálogo entre classe política, empresariado, sociedade civil organizada e sindicatos para que o país supere a grave crise econômica e social que atravessa, agravada pela pandemia da Covid-19. Silveira tomou posse na cadeira deixada por Antonio Anastasia, o mais novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
“O nosso Brasil adoeceu e empobreceu”, disse o senador, após lembrar que o país voltou a conviver com o fantasma da inflação, com o desemprego e com o aumento preocupante da miséria e da fome. “Esses temas, tenho certeza, sensibilizam a todos nós. Só a união de todos – independentes, oposição e situação –, poderá salvar esse País da vergonha de voltar ao mapa da fome”, assinalou.
Para o senador, encontrar soluções para problemas tão graves não é simples e vai exigir de todos “criatividade, esforço, coragem e ousadia”. Por essa razão, sugeriu aos responsáveis pela economia do país que apresentem ao “tal do mercado” os impactos da Covid-19, os buracos nas rodovias, as crianças fora da escola, as filas nos postos de saúde e hospitais, a fome e a dor das famílias mais carentes do país.
O “tal mercado”, para Alexandre Silveira, precisa ajudar o país realizando investimentos que contribuam para a geração de emprego e renda para evitar um caos ainda maior no país. Ao mesmo tempo, cobrou da equipe econômica “ousadia e coragem” para que o Brasil consiga superar as dificuldades que atravessa, em especial no campo social.
Silveira lembrou que o país bate recordes na produção agrícola, é um dos principais exportadores de comida, inclusive proteína (carne), para o mundo, mas, em contrapartida, milhares de brasileiros vivem hoje em situação de pobreza ou pobreza extrema. “No País que mais produz e exporta comida para resto do mundo, é inaceitável ver mães de família revirando lixo em busca de restos e ossos para alimentar seus filhos”, frisou.
Ainda no seu discurso o senador observou que é inaceitável que o país utilize 50% do orçamento, especialmente num momento de grandes dificuldades como o atual, para a rolagem e pagamento de juros da dívida. De acordo com Silveira, de janeiro a novembro do ano passado, os gastos com pagamento de juros de dívida foram da ordem de R$ 394 bilhões, o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Na opinião do senador, não serão ações ortodoxas e conservadoras na economia que resolverão os problemas do Brasil. “Não se cura câncer com placebo”, disse, destacando que “uma doença grave exige um remédio amargo”.
Homenagens
No seu primeiro discurso como senador, Alexandre Silveira lembrou de sua trajetória como delegado da Polícia Civil de Minas Gerais e fez um agradecimento especial à sua família; ao ex-vice-presidente José Alencar, responsável por sua entrada para a política; ao presidente nacional do seu partido, o PSD, Gilberto Kassab; e ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que é também seu companheiro de legenda.
Silveira fez uma homenagem especial ao ex-senador Antonio Anastasia, que ele considera fonte de inspiração e exemplo de espírito público. “O professor Anastasia é um mineiro legítimo, que honra e encarna toda a cultura de nosso Estado, os nossos mais brilhantes escritores e intelectuais. Mas também é o perfeito representante daquilo que a mineiridade representa na política, paciência extraordinária para ouvir e dialogar, disposição para o trabalho, humildade de aprender sempre”, afirmou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mereceu de Alexandre Silveira um agradecimento especial. “Rodrigo é hoje uma luz no fim do túnel, um líder que nos aponta um caminho para escapar da mentalidade estreita do confronto e da polarização estéril. Alguém que dignifica nosso País com seu espírito público, trabalho diuturno e visão de estadista. O Brasil não pode prescindir da inteligência e da capacidade de Vossa Excelência”, pontuou.
Alexandre Silveira explicou também como será a sua atuação como senador da República por Minas Gerais: “Comprometo-me, de forma inarredável, a lutar para construir uma sociedade mais justa, unida, solidária e fraterna, por meio do diálogo e da conciliação, que devem orientar a democracia e a convivência civilizada”, assinalou o senador, indicando as suas principais bandeiras.
Dínamo de Minas
No seu discurso de despedida do Senado, o professor Antonio Anastasia destacou a capacidade de trabalho do seu substituto, Alexandre Silveira, a quem chamou de “dínamo de Minas”. “Alexandre é um político jovem e uma das pessoas de mais energia que conheço. É leal, dedicado, tem experiência administrativa e é um político hábil. Tenho a tranquilidade de saber que estou deixando o mandato em suas mãos. E ele tem condições de ir muito além do que realizei no meu mandato”, destacou.
Na posse de Alexandre Silveira como senador por Minas Gerais estiveram presidentes os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas; da Agricultura, Tereza Cristina; e da Secretaria de Governo, Flávio Arruda. Além do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil; do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; deputados federais e estaduais de Minas Gerais, prefeitos e vereadores do interior do Estado.