A pandemia da covid-19 que já subtraiu mais de 390 mil vidas brasileiras e impactou a história de outros tantos milhões, resiste. De cepa em cepa, de mutação em mutação, o vírus busca sua sobrevivência em meio à morte de suas muitas vítimas. A covid-19 ceifou renda, isolou socialmente empreendedores, trabalhadores informais e afetou diretamente praticamente todo o Produto Interno Bruto brasileiro, com consequências ainda mais drásticas para mais de um quarto do PIB, concentrado nas micro e pequenas empresas.De acordo com levantamento feito pelo Sebrae, dentre os segmentos econômicos mais fortemente afetados, há 13 milhões de pequenos negócios (75% do total) que empregam e ocupam 21,5 milhões de pessoas e respondem por uma massa salarial de R$ 611 bilhões anuais. Comerciantes varejistas e a atividade de prestação de serviços são atividades com maiores contingentes de pequenos negócios mais vulneráveis à crise.
Isto posto, faz-se necessária a adoção de medidas não apenas reparatórias ou de redução de danos, mas de fortalecimento desse forte pilar da economia, que com seu suor e ousadia tem fortalecido nosso PIB e transformado vidas brasileiras. A contrapartida do Estado não deve ser, neste caso, tida como mera ajuda pontual. Os auxílios cumprem, evidentemente, papel fundamental sobretudo pela emergência e pelo ineditismo das consequências desastrosas causadas pela pandemia, mas não devem ser tidos como solução definitiva. Precisamos de um plano de recuperação econômica de curto, médio e longo prazo que nos possibilite vislumbrar um horizonte possível para que o Brasil volte a crescer, gerar emprego, renda e voltar a ser uma das maiores economias do globo. As grandes nações já o têm, como anunciado pela União Europeia, Canadá, Coreia do Sul, dentre outras.
É preciso reagir e envidar todos os esforços possíveis na pactuação do Brasil pós-covid. Sinergia, diálogo entre os Poderes, assertividade e clareza de propósito. Essa luta é de todos nós. A vacina virá e com ela o restabelecimento paulatino de um novo normal no qual estaremos inseridos. Nem só de auxílio viverá o homem, mas de um plano de recuperação econômica estruturado, com metas tangíveis, foco e energia no futuro que já é agora.