O anúncio de que não irá se candidatar ao cargo de presidente da República, feito pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na tribuna do Senado na noite de quarta-feira (9), teve o apoio de diversos parlamentares do partido, assim como do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab (veja nota) e o presidente do PSD Minas Gerais, senador Alexandre Silveira. Entre outros, os senadores Nelsinho Trad (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC), Lucas Barreto (PSD-AP), Angelo Coronel (PSD-BA) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO) apoiaram a sua decisão e destacaram sua trajetória política.
Rodrigo Pacheco agradeceu a Gilberto Kassab o convite para se candidatar a presidente do país e disse que vai continuar defendendo a democracia, as liberdades e o estado de direito. Ele explicou que sua decisão leva em consideração a necessidade de se dedicar ao Parlamento num momento difícil para o País. “Tenho que me dedicar e dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado neste ano fundamental para a tão ansiada recuperação do nosso país. O cargo que me foi confiado por meus pares está acima de qualquer interesse pessoal ou de qualquer ambição eleitoral. Meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades”.
Para ele, é impossível conciliar a difícil missão de presidir o Senado e o Congresso com uma campanha eleitoral presidencial. “O presidente do Senado precisa agir como um magistrado, conduzindo os trabalhos com serenidade, equilíbrio e isenção, buscando consensos possíveis em nome do melhor para o país. O que é incompatível, na minha concepção, com um embate eleitoral nacional, por mais civilizado que seja o processo”.
Quadro delicado
Na avaliação de Pacheco, o Brasil passa por uma das maiores crises de sua história, com efeitos severos da pandemia de covid-19 na saúde, na economia e na educação, principalmente. “O país convive tristemente com desemprego, fome e retrocessos em todas as áreas. Esse quadro tão delicado, fruto da pandemia do coronavírus, foi agravado agora pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve efeitos imediatos na economia mundial, com consequências inevitáveis no nosso já sofrido Brasil. Essa situação não é aceitável em um país com tantas riquezas e possibilidades. É preciso reagir e reconstruir o nosso país, que já de algum tempo vem enfrentando dificuldades das mais diversas”, afirmou.
O parlamentar ressaltou que o Senado não parou durante os mais de dois anos de pandemia e votou projetos que permitiram a compra de vacinas, o socorro a micro e pequenas empresas, o pagamento do auxílio emergencial e outros. “Há ainda muito a fazer. A pauta do Senado Federal reflete o momento pelo qual o país passa. As comissões e o plenário do Senado trabalham incessantemente na discussão de projetos que propiciarão uma efetiva recuperação da economia, do emprego e da renda dos brasileiros. Essa deve ser a prioridade de todos os agentes públicos com responsabilidade: permitir que todos os brasileiros e brasileiras tenham uma vida digna, com emprego, remuneração justa, educação e saúde de qualidade para todos, segurança para ir e vir, transporte eficiente e comida no prato”, alertou.
Pacheco disse ainda que vai continuar lutando, “dentro e fora do Senado, para que as eleições gerais deste ano tenham como resultado o fortalecimento institucional e democrático do país. E que se faça valer a soberania popular pelo voto, o voto livre, o voto secreto, a manifestação mais pura da democracia. Qualquer tentativa de retrocesso democrático deverá ser rechaçada com veemência”, avaliou.
Responsabilidade
Nelsinho Trad, líder do PSD no Senado, classificou a decisão de Pacheco como “gesto de grandeza, de desprendimento, de humildade e de senso de responsabilidade”. Ele reiterou o apoio incondicional do partido a Pacheco “no auxílio da condução das difíceis tarefas que tem nesta Casa no sentido de sempre procurar enaltecer a democracia e o Estado democrático de direito”. Por sua vez, o senador Sérgio Petecão, do Acre, opinou que Pacheco poderia, sim, ser candidato a presidente da República neste ano, mas classificou a decisão como “gesto de responsabilidade”.