Via entre BH e Nova Lima é solução para trânsito na região

Projeto foi apresentado e discutido por representantes de setores durante reunião na Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, na ALMG

Projeto foi apresentado e discutido por representantes de setores durante reunião na Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, na ALMG

 

Um novo acesso viário entre a capital mineira, Belo Horizonte, e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi debatido em audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (1º/8/17).

A intenção é de transformar a linha férrea da extinta Rede Ferroviária Federal, no limite entre os bairros Vila da Serra (Nova Lima) e Belvedere (BH), em uma avenida com seis pistas que ajudaria a desafogar o trânsito entre as duas cidades. A Via Estruturante Sul contaria na sua totalidade com cerca de 14 quilômetros de extensão, ligando o Centro de Nova Lima à BR-356, na altura do Anel Rodoviário, na Região do Barreiro.

Segundo o deputado Fábio Cherem (PSD-MG), que preside a comissão, a mobilidade urbana ocupa grande parte da vida das pessoas. “Precisamos buscar soluções para que o deslocamento seja a menor parte do dia da população”, afirmou.

O presidente do PSD de Minas Gerais, deputado federal Diego Andrade, que pediu a Cherem que o assunto fosse discutido na ALMG, ressaltou que o trecho ferroviário abandonado é sujeito a invasões e pode ser melhor aproveitado pela coletividade. “A área da União entre BH e Nova Lima está inutilizada há anos. O trânsito no local é caótico, porque não pensarmos em soluções viáveis para levar melhorias à população? Essa área está abandonada, improdutiva e alguns trechos já foram invadidos. O objetivo da audiência é conhecer os diversos pontos de vista e discutir um formato que viabilize o projeto para avançarmos. Essa é uma obra viária que melhoraria muito o trânsito da região”. O parlamentar disse também que é primordial viabilizar a cessão do imóvel pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU).

O secretário de Planejamento de Nova Lima, André Rocha, explicou o projeto que está em estudo. “A primeira fase do projeto usa a linha férrea, que tem 80 metros de largura, o que possibilita a implantação de vias, além de ciclovia e espaço para futuras possibilidades”. Essa primeira etapa teria cinco quilômetros de extensão e custaria cerca de R$ 50 milhões. A segunda fase passa ao lado das instalações da empresa Vale e segue até o centro de Nova Lima, conforme contou.

O presidente da Associação dos Empreendedores do Vale do Sereno e Vila da Serra, Gilmar Dias Santos, disse que a via estruturante é uma solução definitiva para a região.

O prefeito de Nova Lima, Vítor Penido, manifestou apoio ao aproveitamento da malha ferroviária naquele trecho para a construção de uma via que ligue o município a Belo Horizonte. Ele falou que isso pode ser viabilizado por uma parceria entre as prefeituras das duas cidades e os governos estadual e federal.

Também defendeu a iniciativa o deputado Gustavo Corrêa (DEM), que mora na região. “Não podemos parar o desenvolvimento”, disse. Na opinião do deputado Anselmo José Domingos (PTC), é importante criar alternativas para a mobilidade urbana entre as cidades, posicionamento ratificado pelo deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB).

Transporte coletivo – O arquiteto da Secretaria de Serviços Urbanos de Belo Horizonte, Thiago Esteves, ressaltou que o projeto não pode desconsiderar a questão do transporte público coletivo. “Temos um plano de mobilidade que prevê a utilização de linhas férreas ”, comentou.

Superintendente da SPU relata entraves
O superintendente da SPU, Luciano Caetano Couto, disse que a superintendência está receptiva às propostas, mas relatou dificuldades em relação à alienação do imóvel, que integra o Fundo de Contingente da União desde a extinção da rede ferroviária federal em 2007. Por causa disso, como disse, a SPU não tem competência para ceder o terreno às cidades. Luciano Couto destacou também que uma alternativa é a venda do imóvel. Ele comentou que o espaço vale, atualmente, cerca de R$ 300 milhões. “O local tem um problema sério de documentação. Estamos providenciando as soluções”, acrescentou.

Metrô de Belo Horizonte
Na oportunidade o presidente do PSD Minas, deputado federal Diego Andrade, destacou que ações simples podem melhorar o dia a dia das pessoas. Em Belo Horizonte, por exemplo, o metrô irá ampliar, por uma sugestão de sua autoria, a capacidade diária de transporte de 210 para 420mil pessoas. “Em momentos de crise é preciso usar a criatividade, dentro do próximo mês as composições do metrô passarão a andar com 8 ao invés 4 vagões, oferecendo mais conforto e aumentando a capacidade de deslocamento”.