Para o senador Antonio Anastasia, do PSD de Minas Gerais, 2020 foi um ano difícil em todos os aspectos, mas o Parlamento brasileiro soube dar resposta rápida aos impactos da pandemia do coronavírus. “Fomos o primeiro Parlamento do mundo a adotar sistema de votação remota, em que eu tive a honra de ser o presidente desta sessão”, diz ele, lembrando que isso dificultou os trabalhos, mas mesmo assim foi possível resolver os maiores problemas, como na aprovação do auxílio emergencial, do auxílio para os Estados, auxílio às empresas, adiamento das eleições, orçamento de guerra e Fundeb, entre outros.
Em entrevista à jornalista Fransciny Alves, do jornal mineiro O Tempo (veja íntegra), o senador destacou que “fora o nosso sentimento de pesar ilimitado por tantos óbitos e tantas pessoas sofrendo, acho que sob o ponto de vista congressual, o Congresso cumpriu o dever e o papel dele”.
Sobre o papel do Executivo no processo de enfrentamento da pandemia, Anastasia considerou que “o governo federal deveria ter se esforçado juntamente com os Estados para fazer uma união nacional, uma coordenação ampla e não um puxar pra cá e outro pra lá. Não vou nem entrar no mérito de quem está certo ou errado. Visivelmente houve uma absoluta descoordenação, tanto que o Brasil no ranking internacional de combate à pandemia está em último lugar, além de 230 mil mortos”.
Para ele, “o Supremo Tribunal Federal (STF) por seu turno, corretamente, interpretou que por sermos um Estado Federal, as medidas cotidianas de combate – afastamento, funcionamento do comércio – caberia a cada Unidade da Federação. Me pareceu correto porque do contrário estaríamos num Estado centralizado. Então, o que faltou foi que essas medidas poderiam ser tomadas em ambiente de cordialidade, de harmonia, de integração, para evitar o que aconteceu em Manaus. Faltou, evidentemente, uma coordenação e isso é uma falha do governo federal, não há dúvida. A coordenação federativa cabe à entidade central. Infelizmente, houve uma disputa política que acabou atrapalhando essa coordenação e espero que isso sirva de lição”.
O senador destacou também, na entrevista, que a eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado deve fortalecer a eventual candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ao Governo de Minas Gerais. “Kalil já é um prefeito muito aclamado, foi reeleito com uma votação muito expressiva, tem uma grande liderança e tem algo que hoje na política é singular: uma forma de comunicação única com as pessoas, que o povo gosta e ele se comunica bem. O nome dele se fortalece para um quadro estadual e, num segundo momento, até mesmo um quadro nacional”, explicou.
A respeito da disputa pela Presidência da República em 2022, Anastasia manifestou a esperança de que surja uma candidatura de centro. “Eu, pessoalmente, nas eleições de 2018 apoiei o candidato Geraldo Alckmin, e é esse perfil de político, de moderação, que eu defendo. Agora, quem será o candidato que terá esse perfil e se vai ser um só, eu não sei. Essa ansiedade natural das pessoas e da imprensa em saber o que vai acontecer tem que ser acalmada porque estamos ainda muito longe. Agora, eu defendo uma convergência. Aliás, o presidente do meu partido, Gilberto Kassab, tem dito publicamente que teremos um candidato e o PSD é um partido de centro”, concluiu.