O Brasil acaba de ultrapassar o histórico marco de 10 GW de potência operacional da fonte fotovoltaica em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos, informa a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que aponta mais de R$ 52,7 bilhões em novos investimentos e 300 mil empregos acumulados desde 2012, deixando setor de emitir 10,7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
“Nosso Estado lidera a micro e minigeração distribuída (GD) solar fotovoltaica (mais de 18%, 1.142,9 MW). Desde 2012, essa energia limpa e sustentável atraiu cerca de R$ 5 bilhões em investimentos e gerou mais de 30 mil empregos, especialmente no Norte de Minas, graças à inovação que fiz nas leis estaduais”, ressaltou o deputado Gil Pereira, que preside a Comissão das Energias Renováveis, da Assembleia Legislativa.
São painéis fotovoltaicos instalados nos telhados e nas áreas de casas, edifícios residenciais, condomínios, comércios, indústrias, prédios públicos e propriedades rurais.
Desenvolvimento, empregos e prosperidade
E Gil Pereira completou: “Na geração centralizada (GC), referente às grandes plantas fotovoltaicas, também saímos na frente, com a implementação dos projetos sendo viabilizada, do mesmo modo, através das minhas cobranças para expansão das linhas de transmissão (‘linhões’), junto ao Ministério de Minas e Energia e à Cemig”.
Além das energizadas, novas usinas mudam o cenário no Norte de Minas, destacando-se alguns empreendimentos já aprovados e em implantação, somando cerca de R$ 8,8 bilhões. Em Pirapora (cerca de 500 MW, mais de 3 mil empregos diretos, empresa Atlas); Janaúba (700 MW, 1.265 empregos na construção, Brookfield); Jaíba (766 MW, Projeto Sol do Cerrado / Vale); Jaíba (1 GW, mais de 5 mil empregos na construção, CEI / Canadian Solar); Francisco Sá (cerca de 90 MW, 450 empregos diretos na construção.
Significa atração de mais investimentos privados, geração de empregos locais e de qualidade, renda e recursos para os governos (municipais, estadual e federal) investirem em saúde, educação e saneamento, dentre outros serviços essenciais ao cidadão.
Sustentabilidade e menor custo
Somados, os sistemas fotovoltaicos no país (geração distribuída e centralizada) representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina. Isso reforça o papel estratégico da tecnologia no suprimento nacional de eletricidade sustentável, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional, reforça a Absolar.
Com a marca, o Brasil passa a fazer parte do grupo de 15 países com maior capacidade de geração solar instalada, lista liderada pela China (253,8 GW), Estados Unidos (73,8 GW) e Japão (68,6 GW). Portanto, único país da América Latina no Top 15, elaborado pela Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena).
“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas emergenciais, poluentes e emissoras de gases do efeito estufa, ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, dois dos principais fatores responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, argumentou o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, ao comentar o marco alcançado pelo Brasil.
Matriz elétrica
No segmento de geração centralizada (GC), são 3,5 GW de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,9% da matriz elétrica nacional. Em 2019, a fonte mais competitiva entre as renováveis nos dois leilões de energia nova, A-4 e A-6, com preços médios abaixo dos US$ 21,00/MWh. Em julho de 2021, repetiu o feito nos certames A-3 e A-4, abaixo dos US$ 26,00/MWh.
Atualmente, as usinas de grande porte são a sétima maior fonte de geração do Brasil, com empreendimentos em operação em nove estados, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Tocantins), num total que ultrapassa R$ 19 bilhões.
No segmento de geração própria (geração distribuída – GD), a marca de 6,5 GW equivale a mais de R$ 33 bilhões em aportes acumulados desde 2012 e espalhados pelas cinco regiões do país. Ao somar as capacidades instaladas das modalidades, a fonte solar fotovoltaica ocupa agora o quinto lugar na matriz elétrica brasileira, tendo ultrapassado recentemente a potência ofertada pelas termelétricas movidas a petróleo e outros combustíveis fósseis, que representam 9,1 GW desse quadro.